Luis XIII

Nasceu em Fontainebleau em 1601, filho de Henrique IV e Maria de Medicis. Legítimo sucessor do trono francês, cresceu junto com todos os seus irmãos legítimos e bastardos e só saiu desse convívio quando seu pai o levou para viver no Louvre a fim de orienta-lo e  treiná-lo para a missão que o aguardava. Mas Luis não se interessava por estudos e problemas do reino e sim por caça e  prazeres da música. Porém, já aos nove anos, com a morte do pai, subiu ao trono e foi sagrado em 1610. Até atingir a maioridade em 1617 a regência ficou a cargo da rainha mãe Maria de Médicis. E aí temos um período de grandes problemas familiares e de governo.

Maria foi má gestora dos problemas do reino e criou uma série de  descontentamentos.  Insegura, na tentativa de reforçar seu poder,  aliou-se às damas de companhia, e ao amigo Concino Concini;  rompeu com a política de Henrique IV, e com  tantos desatinos  desencadeou reações adversas da nobreza. O príncipe Condé tentou estruturar uma oposição ao poder real mas não obteve êxito, já outros nobres, aproveitando-se da situação difícil, requereram compensações financeiras… E ela convocou os Estados Gerais em Paris.

Na tentativa de recuperar seu prestígio, Maria resolveu fazer acordos com a Espanha, através do casamento de seus filhos Luis XIII com Ana de Habsburgo, filha de Felipe III da Espanha,  e de  Isabel de Bourbon com Felipe IV da Espanha, irmão de Ana. Era 1615, e Luiz XIII, aos 14 anos, se sentia humilhado com a situação do país e com seu casamento com uma “simples espanhola”; recusava-se a consumar o casamento e só o consumou após quatro anos, ´por insistência do duque de Luynes.

As divergências entre Luis e a rainha mãe eram antigas, mas  se agravaram quando  o rei obteve sua maioridade e Maria o afastou do poder e do conselho alegando  incapacidade de um rei tão jovem  governar o pais, no que, convenhamos, ela estaria certa. Entretanto, ela deixou que dois de seus favoritos governassem o reino: os estrangeiros Concino Concini e Leonora Galigai. Esse fato enfureceu Luiz XIII, e, ao que tudo leva a crer, em 1617 ele tramou a morte de Concino Concini. Deu golpe de estado e subiu ao trono.

O início do reinado de Luis XIII foi tão tumultuado como o de Maria de Médicis, pois ele, fraco e imaturo,  também deu poderes e se deixava influenciar por favoritos sem qualquer capacidade administrativa,  a começar pelo duque de Luynes  que, inclusive,  acumulou títulos de nobresa e fortuna. Esses fatos desencadearam revoltas, inclusive da rainha mãe, que foi exilada num castelo por ordem do filho. Ela conseguiu escapar, recebeu como prêmio de consolação duas cidades e mais tarde, Anjou. Em Anjou Maria reuniu descontentes, montou exército, foi vencida, entretanto com a morte de Luynes mais uma vez conseguiu se recuperar, desta vez com o apoio do grande cardeal Richelieu.

Graças aos esforços de Maria de Médicis o rei recebeu Richelieu no conselho de ministros em 1624,  e  a partir dai seu reinado teve novo impulso. O cardeal tornou-se primeiro ministro, e com seu conhecimento e poder lutou contra diversas facções domésticas consolidando assim a  monarquia e transformando a França em estado forte e centralizado. Com ele o rei criou a Academia Francesa e para assegurar a tranquilidade do país nas fronteiras, Richelieu não hesitou, mesmo sendo católico, em lutar contra os Habsburgos católicos que governavam a Espanha de um lado da fronteira e os estados austríacos do outro, aliando-se, portanto, aos protestantes. Com isso, houve reação dos católicos ao redor de Maria de Médicis e de seu filho Gastão de Orleans, aspirante à sucessão do irmão. Exigiram que Luis abandonasse o cardeal, mas o poder de  Richelieu se mostrou mais forte. Dessa maneira a rainha mãe e seu filho Gastão  foram vencidos e ela mais uma vez foi exilada nos Países Baixos. Maria morreu em 1642, no mesmo ano que  Richelieu  e, após sua morte, Luis XIII pagou todas suas dívidas  e mandou trasladar o corpo para a Catedral Saint Denis.

A ficção mostra Luis XIII como o justo soberano a quem os  Mosqueteiros respondem e juram proteger com suas próprias vidas. Puro romance de capa de espada de Alexandre Dumas.

 

 

 

 

 

 

 

 

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